O dado que precisa de freio

Na campanha criada para a Sael, a direção de arte partiu de um contraste: o fascínio pela velocidade diante da urgência de frear. A peça nasceu do encontro entre potência e consciência. O design adotou a estética da publicidade automotiva de luxo, com iluminação precisa, texturas e foco na performance do moto. O vermelho, cor símbolo do Banco Vermelho e do combate ao feminicídio, rompe a composição e impõe a reflexão. Cada cartaz foi construído como uma ficha técnica, mas com um dado novo: enquanto o motor acelera de 0 a 100, mulheres são agredidas no mesmo intervalo. O visual, a reflexão e a sobriedade cromática fazem a mensagem emergir sem precisar de volume. A arte não dramatiza, revela, sofisticada e impactante. E nessa inversão de códigos está a força do craft. Uma direção de arte que transforma o olhar e transforma também o espaço onde está.

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